terça-feira, 7 de junho de 2011

Em processo de cura.

Só me dei conta que essa gestação era um processo de cura para mim quando estava com 29 semanas de gestação. Tenho uma grande amiga, que se chama Paula, que estava grávida também, porém 10 semanas na minha frente. Era para eu doular seu parto, mas depois de 3 anos sem tirar férias, o maridão conseguiu uns dias exatamente na data provável do parto dela e infelismente, ou felismente, não pude participar. Vou te explicar o porquê do " felismente". O parto dela desencadeou a lembrança do meu primeiro parto, que definitivamente não foi uma experiência muito boa para mim. Acredito que tenha acontecido isso porque tenho uma ligação bastante forte com a Paula e também pelo fato de ser, para ela, o primeiro parto normal. Enquanto ela estava no Hospital Araucária em Londrina, no seu trabalho e parto, eu estava em Balneario Camboriu, aflita e por vezes chorando, de imaginar que ela podia estar passando pelo que passei no meu primeiro parto. E a partir disso, toda segurança, informação e tranquilidade que construi durante esses anos para o parto da Cecília, virou pó! De uma hora para outra tudo ficou nebuloso e a sombra do medo afastou qualquer sentimento elevado e consciente do futuro nascimento da minha filhota. Se em um dia estava me sentindo preparada, no outro parecia uma criança abandonada no escuro. Então percebi que precisava tirar do escuro o parto do Vicente, meu primeiro filho, para assim trazer luz a toda aquela escuridão. Entendi que foi um pouco traumático o meu primeiro parto, e que preferi esconder durante 4 anos, sem querer tocar no assunto, tudo aquilo que me assustou durante o trabalho de parto. Enfim, cheguei a conclusão que precisava curar essa ferida aberta, se quisesse ter a chance de um segundo parto consciente e sublime. Na verdade, ainda estou nesse processo e é por isso que o próximo tópico será o relato do parto do Vicente, em todos os detalhes, para relembrar mesmo, e curar definitivamente essa ferida escondida....

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